O que é Inflação?

Inflação é o termo econômico utilizado para descrever o aumento generalizado e sustentado dos preços de bens e serviços em uma economia ao longo do tempo.

Ela é geralmente medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ou pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), entre outros indicadores.

Quando a inflação ocorre, seu dinheiro vale menos, assim precisando de mais dinheiro para comprar os mesmos bens, produtos e serviços, o que reflete uma perda de poder de compra da moeda.

O objetivo deste artigo é informar quais são os impactos da inflação e justificar por que manter dinheiro em real pode ser uma má escolha financeira.

 

O que é Inflação?

Dizer que a inflação é o aumento dos preços é uma forma errada de explicar sobre o assunto pois o aumento dos preços pode ocorrer de diversas maneiras. Por exemplo: alta demanda sobre um produto ou serviço, falta de matéria prima para produção, aumento de impostos, etc.

Mas então como definir inflação? Inflação é o aumento da base monetária e a perda do poder de compra do dinheiro.

Quando a maior parte dos preços dos produtos estão subindo é a perda do poder de compra do dinheiro. A inflação é o sintoma de um problema maior, não é o problema mas sim o sintoma de um.

 

História para o Motivo da Inflação

Como não era nada prático sair carregando ouro ou metais preciosos, surgiram os bancos para resolver esse problema. Onde o banco servia para guardar o ouro das pessoas em segurança e emitia um certificado com a comprovação de que as pessoas tinham reservas com eles.

Eram emitidos certificados conhecidos como goldsmith ‘s notes, nos bancos londrinos. Para que os valores depositados fossem resgatados, bastava apresentar o certificado e sacar integralmente ou parte do valor guardado.

Com o passar do tempo, esses certificados passaram a ser aceitos como meio de pagamento, já que eram mais seguros, fáceis e leves de carregar do que o ouro físico.

Foi assim que surgiram as primeiras cédulas de dinheiro. Ou seja, inicialmente as notas eram lastreadas em ouro, não eram como hoje em dia, emitidas e controladas pelos governos.

Entretanto, em 1971 o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, sabia que o mundo todo confiava no dólar, então ele teve a brilhante ideia de tirar o lastro do dólar no ouro. Por motivos de guerra já que os Estados Unidos estava no meio da Guerra Fria.

Então a partir daquele ponto o governo americano começou a imprimir dinheiro sem aumentar a reserva real do governo, pois era como se o governo imprimisse mais certificados sem ter tido o depósito em ouro.

Sendo assim, acontecia um fenômeno que era a perda do poder de compra do dinheiro, porque o mercado se regula naturalmente é matemática simples lei da oferta e demanda. E a partir daquele ponto todos os outros governos perceberam que podiam fazer o mesmo.

Repare no gráfico acima como a cotação do dólar até 1971 tinha pouca variação, ou volatilidade. Os países aceleraram as compras de ouro para criar reservas, causando um forte rally no metal precioso após o término do acordo de Bretton Woods.

Quando o governo de um país aumenta a oferta de dinheiro na economia, pode resultar em inflação se a quantidade de dinheiro crescer mais rapidamente do que a produção de bens e serviços.

 

Causas da inflação

  • Desequilíbrio entre a oferta e a demanda: os preços podem se elevar quando a demanda por um determinado produto ou serviço é muito alta, mas não é atendida adequadamente pela produção.

Assim, a menor disponibilidade desses itens no mercado gera a tendência de aumento nos preços. Classificam-se essa causa como uma causa real da inflação.

  • Maior taxa de emissão de papel-moeda: o papel-moeda nada mais é do que o dinheiro de um país impresso no formato de cédulas por um órgão oficial, como a Casa da Moeda do Brasil.

Quando a impressão do dinheiro supera a quantidade de mercadorias e produtos em circulação, há uma elevação geral dos preços e um aumento na inflação. Isso acontece também quando os gastos governamentais superam a arrecadação e surge a necessidade de emitir mais papel-moeda.

  • Custos de produção elevados: quando os custos para fabricar um determinado produto são maiores, eles acabam sendo repassados ao consumidor final na forma de aumento dos preços.

O mesmo pode ser percebido no caso do encarecimento na oferta de serviços em geral.

  • Preocupação sobre futuros aumentos de preços e custos: a expectativa que se tem sobre a possibilidade de crescimento da inflação pode condicionar um aumento dos preços e custos de serviço como forma de antecipar o que vem no futuro, puxando a taxa de inflação para cima.

Essa expectativa é decorrente de motivos muito variados, como crises políticas, guerras, conflitos internacionais, dentre outros.

  • Indexação de preços ou inércia: acontece quando o valor de serviços, como aluguel de imóveis, e os preços são aumentados com base na inflação de um período precedente (indexação), o que eleva ainda mais o patamar de cálculo da inflação atual.”

 

O Impacto da Inflação na Economia

Quando há inflação, cada unidade monetária perde poder de compra, ou seja, você precisa de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de bens ou serviços que comprava anteriormente.

Por exemplo:

  • Se você guarda R$100,00 embaixo do colchão e a inflação anual é de 10%, depois de um ano, esses R$100,00 têm o mesmo valor nominal, mas seu poder de compra caiu para o equivalente a R$90,00 do ano anterior.

 

Efeitos aos consumidores

Em um período de inflação alta, o custo de vida aumenta, e os salários nem sempre acompanham esse aumento na mesma proporção. Isso significa que as pessoas podem comprar menos com a mesma quantidade de dinheiro.

 

Efeitos nas empresas

Se os insumos necessários para certa produção ficam mais caros, por exemplo, isso acarreta em um aumento da inflação que impacta diretamente as empresas. Além disso, o excesso de procura por algum produto ou serviço também aumenta os preços.

Com a inflação mais alta, os custos de matéria-prima também tendem a subir, elevando os gastos com a fabricação de produtos, fornecedores e toda a cadeia produtiva.

De modo geral, os pequenos negócios são o grupo mais sensível às variações dos preços. Isso porque o aumento dos custos de produção e manutenção podem diminuir significativamente o volume de vendas. 

Já os negócios de produtos e serviços não essenciais também sofrem com a alta inflação, porque a prioridade das pessoas passa a ser comprar itens básicos em vez daqueles não essenciais.

Os negócios de produtos importados, por sua vez, são afetados diretamente pela desvalorização da moeda, que reflete no bolso dos clientes também de forma direta.

 

Como as empresas podem compensar os efeitos da inflação?

Especialmente nos períodos de inflação mais alta, é preciso enxergar novas oportunidades de negócio e alternativas para driblar os efeitos negativos. Algumas delas são:

  • Repassar os aumentos de preços: O aumento nos preços permite que o negócio compense os efeitos da inflação à medida que os custos são repassados para o produto ou serviço. Dessa forma, é possível manter o fluxo de caixa saudável. 
  • Reduzir custos  e controlar despesas financeiras e administrativas: Outro ponto de compensação para contornar os efeitos da alta inflação é a capacidade de reduzir os custos que não geram receitas e não são estratégicos no momento

Ainda pensando em aprimorar a gestão das despesas financeiras e administrativas, vale a pena considerar a adoção de tecnologias que favoreçam a automatização de processos e facilitem a rotina da empresa para que os colaboradores foque nos objetivos mais estratégicos.

 

Por Que Manter Dinheiro em Real Pode Ser Desvantajoso

O real brasileiro (BRL) é frequentemente considerado uma moeda fraca e instável em comparação com outras moedas estáveis, como o dólar americano (USD) e o euro (EUR). Essa percepção é sustentada por vários fatores econômicos e históricos.

 

Instabilidade Econômica do Real

A economia brasileira tem enfrentado altos índices de inflação e ciclos econômicos voláteis nas últimas décadas. A inflação no Brasil, embora controlada em alguns períodos, frequentemente supera as taxas observadas em economias desenvolvidas. Por exemplo, a taxa de inflação no Brasil atingiu 10,06% em 2021, enquanto nos Estados Unidos foi de 7%, a mais alta em quase 40 anos, e na Zona do Euro foi de 5%, a mais alta em 25 anos. A inflação elevada e instável corroi o poder de compra do real, tornando-o menos confiável para economias domésticas e internacionais.

 

Desvalorização do Real

O real tem sofrido uma desvalorização significativa em relação ao dólar e ao euro. Em 2011, a taxa de câmbio era de aproximadamente 1,55 BRL para USD. Em 2023, essa taxa chegou a cerca de 5 BRL para USD. Essa depreciação reflete a percepção de risco associado ao Brasil, seja por razões políticas, econômicas ou fiscais. A desvalorização torna as importações mais caras e pode levar a um aumento ainda maior na inflação.

 

Comparação com Moedas Estáveis

O dólar americano e o euro são considerados moedas de reserva mundial, amplamente aceitas e utilizadas em transações internacionais. Essas moedas são suportadas por economias fortes e políticas monetárias estáveis. O Federal Reserve (Fed) nos EUA e o Banco Central Europeu (BCE) têm historicamente mantido taxas de inflação relativamente baixas e previsíveis, contribuindo para a estabilidade dessas moedas.

  • Dólar Americano (USD): A economia dos EUA é a maior do mundo, com uma política monetária robusta e instituições financeiras sólidas. O dólar é frequentemente usado como moeda de referência para comércio internacional e reservas cambiais.
  • Euro (EUR): O euro é a moeda oficial de 19 dos 27 países da União Europeia, representando uma economia coletiva significativa. O BCE é responsável por manter a estabilidade de preços e apoiar o crescimento econômico na zona do euro.

 

Impacto da Instabilidade do Real

A instabilidade do real implica riscos significativos para investidores estrangeiros e empresas que operam no Brasil. A volatilidade cambial pode dificultar a previsão de custos e receitas, além de aumentar a incerteza nos mercados financeiros. Isso pode levar a uma menor confiança no real como uma moeda segura para investimentos de longo prazo.

 

Alternativas para Proteger seu Dinheiro

 

Vantagens de Investir em Moedas Estrangeiras

  • Proteção contra a Inflação: Investir em moedas fortes pode proteger contra a inflação alta no Brasil. Como essas moedas tendem a ser mais estáveis e menos sujeitas à inflação elevada, o poder de compra do investidor é preservado.
  • Diversificação de Portfólio: Ter ativos em diferentes moedas ajuda a diversificar o portfólio, reduzindo a exposição ao risco cambial e econômico de uma única moeda ou economia. Essa diversificação pode aumentar a estabilidade e a segurança do investimento.
  • Acesso a Mercados Internacionais: Investir em moedas estrangeiras pode facilitar o acesso a mercados financeiros internacionais, oferecendo uma gama mais ampla de oportunidades de investimento. Por exemplo, investidores podem comprar ações de empresas estrangeiras, títulos do governo de outros países ou imóveis no exterior.
  • Estabilidade econômica e política: Moedas como o dólar e o euro são emitidas por economias relativamente estáveis e com políticas monetárias robustas. Isso oferece uma camada adicional de segurança para os investidores, especialmente durante os períodos de instabilidade econômica no Brasil.
 

Investimentos em ativos

Além de investir em moedas estrangeiras, existem várias outras opções de investimento que podem ajudar a diversificar e potencializar o patrimônio. Entre elas, destacam-se as ações, imóveis, ouro e criptomoedas. Cada uma dessas alternativas tem suas próprias características, vantagens e riscos.

1. Ações

Investir em ações significa comprar uma participação em empresas listadas na bolsa de valores. Esse tipo de investimento pode proporcionar altos retornos, mas também envolve riscos significativos.

  • Vantagens:
    • Potencial de Alta Rentabilidade: Ações de empresas bem-sucedidas podem proporcionar retornos substanciais ao longo do tempo.
    • Dividendos: Algumas empresas pagam dividendos regularmente, oferecendo uma fonte de renda passiva.
    • Diversificação: É possível investir em diferentes setores e regiões geográficas, aumentando a diversificação do portfólio.
  • Riscos:
    • Volatilidade: O preço das ações pode ser altamente volátil, especialmente em períodos de incerteza econômica.
    • Risco de Negócio: O desempenho das ações está diretamente ligado ao desempenho das empresas, que pode ser afetado por fatores internos e externos.
2. Imóveis

Investir em imóveis é uma forma tradicional e tangível de investimento, que pode oferecer tanto valorização de capital quanto renda regular através de aluguéis.

  • Vantagens:
    • Valorização de Longo Prazo: Historicamente, os imóveis tendem a valorizar ao longo do tempo.
    • Renda de Aluguel: Propriedades alugadas podem gerar uma fonte constante de renda.
    • Segurança: Imóveis são ativos tangíveis, proporcionando uma sensação de segurança ao investidor.
  • Riscos:
    • Liquidez: Imóveis não são facilmente convertidos em dinheiro rapidamente.
    • Custos de Manutenção: Propriedades requerem manutenção, reformas e podem envolver despesas inesperadas.
    • Variações de Mercado: O mercado imobiliário pode ser afetado por fatores econômicos, políticos e demográficos.
3. Ouro

O ouro é considerado um investimento seguro e um hedge contra a inflação e a instabilidade econômica.

  • Vantagens:
    • Proteção Contra a Inflação: O ouro tende a manter seu valor ao longo do tempo, protegendo contra a desvalorização da moeda.
    • Refúgio Seguro: Em tempos de crise econômica ou geopolítica, o ouro é visto como um ativo seguro.
    • Liquidez: O ouro é facilmente vendido em mercados globais.
  • Riscos:
    • Volatilidade de Preços: Embora seja considerado seguro, o preço do ouro pode ser volátil a curto prazo.
    • Sem Renda Passiva: Diferente de ações e imóveis, o ouro não gera renda passiva como dividendos ou alugueis.
4. Criptomoedas

Criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum, são ativos digitais descentralizados que têm ganhado popularidade como uma nova classe de investimentos.

  • Vantagens:
    • Alto Potencial de Retorno: Algumas criptomoedas tiveram valorizações significativas em curtos períodos.
    • Descentralização: Criptomoedas operam em redes descentralizadas, independentes de governos e instituições financeiras.
    • Inovação: A tecnologia blockchain subjacente às criptomoedas está revolucionando várias indústrias.
  • Riscos:
    • Volatilidade Extrema: O mercado de criptomoedas é altamente volátil e sujeito a grandes oscilações de preço.
    • Regulamentação: As criptomoedas enfrentam incertezas regulatórias em vários países.
    • Segurança: Riscos de fraudes, hackers e perdas de chave privada são preocupações significativas.

A escolha das melhores opções de investimento depende do perfil de risco, dos objetivos financeiros e do horizonte de tempo de cada investidor. Diversificar entre diferentes classes de ativos, como ações, imóveis, ouro e criptomoedas, pode ajudar a equilibrar riscos e potencializar retornos. Consultar um assessor financeiro é recomendado para tomar decisões informadas e alinhadas com a estratégia de investimento pessoal.

 

Conclusão

Apesar dos desafios impostos pela inflação e pela instabilidade econômica, existem diversas alternativas para proteger e potencializar seu patrimônio. Ao diversificar suas escolhas de investimento, você pode reduzir riscos e aumentar suas chances de sucesso, mesmo em tempos de incerteza.

Encorajamos você a explorar essas opções, adaptando-as ao seu perfil de risco e objetivos financeiros. Com uma estratégia bem planejada e uma abordagem diversificada, é possível enfrentar a inflação de maneira eficaz e construir um futuro financeiro mais sólido e promissor. Lembre-se de que o conhecimento e a preparação são suas maiores ferramentas para alcançar a estabilidade e a prosperidade econômica.

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